terça-feira, 9 de junho de 2009

Hannah Arendt

Biografia


Nasceu em Linden-ALEMANHA no dia 14 de Outubro de 1906,faleceu em Nova York,E.U.A, no dia 04 de Dezembro de 1975.

Conhecida como a pensadora da Liberdade,Hannah viveu principalmente durante as grandes transformações do poder político do século 20.Estudou a formação dos regimes totalitários (Nazismo,Fascismo).Defendeu principalmente os direitos individuais,direitos da família e lutou principalmente contra as sociedades de “massas” e crimes contra as pessoas.Suas obras são perfeita para entender os tempos atuais (dilacerados por guerras localizadas e nacionalismos).Para ela, compreender significa enfrentar sem preconceitos a realidade e resistir a ela sem procurar explicações em antecedentes históricos.

Política na Visão de Hannah Arendt

A ação política defendida por Hannah era em suma sinônimo de liberdade,pois esta liberdade era feita a partir de um senso comum,diante que esta liberdade não se resumia no “quero” mais sim no posso,ou seja,está liberdade não poderia ser obtida na solidão, “pois só se é livre perante outros que também o sejam”,ela remeteu este conceito de liberdade baseado no pensamento cristão de Paulo e Agostinho,onde eles também localizaram no espaço interior da consciência o problema da liberdade.Trata-se um querer e um não querer ao mesmo tempo.Assim,fica claro que esta liberdade não poderia existir sem a presença do outro.Onde Arendt afirma que “a liberdade foi criada pelo próprio homem,e por ser ele um inicio,é também um iniciador”,ou seja,esta liberdade é o grande estopim da criação do novo, “A política surge não no homem,mas sim entre os homens”.Hannah ela tenta criar o conceito da política que se perdeu, “Tem a política ainda algum sentido?” (ARENDT,2006,p.38),negar a existência da política em nossas vidas seria como negar significado a nossa própria existência,com este conceito de liberdade,o individuo só e livre enquanto esta agindo,segundo ela tudo tem ofuscado o agir humano,isto é,o conceito da política se perdeu com o esquecimento do agir (ação),então fica claro que a liberdade esta dependente da ação,e os homens só são livres enquanto agem.Hannah ainda desenvolveu argumentos sobre o fato da política-o poder de decisão,segundo ela uma aversão a política- “o anseio por uma ilusória extinção da mesma”.O que levou à desumanização completa dos indivíduos,os campos de concentração,esta política criada com violência,baseada na idéia de Hannah que a política não é domínio,não há distinção entre governantes e governados,mas sim ação em comum acordo.O que levou a estes paises a corromperem com a política,segundo ela todo poder corrompe e o poder totalitário corrompe ainda mais,a violência e a política não andam de mãos dadas,essa “condenação do poder” retribuir a um “desejo inarticulado das massas” e motiva a “fuga à impotência’ (ARENDT,2006,p.28).Diante desses argumentos e evidente que com base na visão de Hannah todo poder que é em “um só homem” está fadado a crise,até aquele poder que diz que está nas mãos do povo está fadado a crise,dessa forma,podemos dizer que ninguém governa sozinho,e até aquele que governa com violência precisa de uma certa organização. “o mandante totalitário,cujo maior instrumento de domínio é a tortura,precisa de uma base de poder -a policia secreta e sua rede de informantes” (ARENDT,2004b,p.128).
Diante dessa criação do novo,para Arendt seria a ação comum,a criação do inesperado ,esta necessidade será “para a constituição do individuo e da comunidade político-juridica na qual nos movemos”.
“Jamais existiu um governo baseado exclusivamente nos meios da violência.” (Hannah Arendt).

Condição Humana

Diferentemente de natureza humana a condição humana,e exatamente aquilo que impomos a nos mesmos a sobreviver,somos condicionados pela cultura,pelos nossos próprios atos,aquilo que pensamos,os amigos,família,enfim as condições humanas variam de acordo com o lugar e o acontecimento histórico.Segundo Arendt ela sistematizou essas condições em três aspectos
· Labor
· Trabalho
· Ação
Labor processo biológico para sobrevivência(não durável) ,Trabalho transformação das coisas naturais em coisas artificiais(duravel),segundo Hannah o trabalho não e da essência do homem mais sim resultado de um processo cultural imposto a sua própria espécie.Já a ação e uma necessidade vital para o homem aprender a sobreviver,onde os seres humanos revelam,ativamente sua identidade pessoal,não somos como os animais condicionados a se virar sozinhos precisamos de cuidados,ajuda. “A qualidade da ação supõe seu caráter social ou como escreve Hannah, sua pluralidade.”.
Diante do labor,trabalho e ação forma-se o conceito de “vita activa”,conceito este que afirmar que o homem é escravo,ou seja,o homem que se dedica apenas a estes conceitos esta fugindo de seu pensar (vida reflexiva-Contemplativa),ou seja,o homem que vive apenas nessas condições não e homem é um animal. “ A base disso encontramos em Sócrates: se é apenas para comer, dormir, fazer sexo, que o homem existe, então, ele não é homem, é um animal.”.

Violência


Poder, vigor, força, autoridade e violência,ambas se tornam sinônimas para saber quem passa a dominar quem,poder “corresponde à habilidade humana não apenas para agir, mas para agir em concerto”,vigor “designa algo no singular, uma entidade individual” (SV, p. 37),força "deveria ser reservada, na linguagem terminológica, às “forças da natureza”...;autoridade “ A essência da autoridade, no seu entender, é o reconhecimento inquestionável, constituindo-se o desprezo seu maior inimigo e a risada o meio eficiente para destruí-la (SV, p. 37).”. “ A violência, no pensamento arendtiano, distingue-se por seu caráter instrumental. Meios, implementos, instrumentos, ferramentas, são alguns dos substantivos usados pela autora. Assim, com o propósito de multiplicar o vigor natural, a violência aproxima-se fenomenologicamente do vigor (SV, p. 37).

Embora a autora faça estas distinções, entendendo-as como não sendo arbitrárias, diz que não se referem a “compartimentos estanques no mundo real (...). Assim, o poder institucionalizado em comunidades organizadas freqüentemente aparece sob a forma de autoridade, exigindo reconhecimento instantâneo e inquestionável; nenhuma sociedade poderia funcionar sem isso” (SV, p. 38).”
A autora começa criticando aqueles que observam os animais irracionais para constatara existência de agressividade um vez que observa uma favela seria suficiente Hannah defende que o comportamento animal não justificaria o comportamento humano.
Critica,também,quando e dito que a agressividade é um instinto humano assim como o sexual e o da nutrição.Segundo essa analise,a violência SEM PROVOCAÇÃO é “natural” e é culpa da perda da razão justificar o homem poder ser mas “bestial” que outros.
Hannah diz que : “ E o uso da razão que nos torna perigosamente “irracionais”,pois esta razão e propriedade de um ser originalmente instintivo.Hannah argumentará que a violência não e nem bestial,nem irracional, é uma coisa comum “a violência advém do ódio.Mas não significa que situações desumanizem o homem o tornara animal.O ódio não e uma reação automática a miséria.Ele aparece quando nosso senso de justiça e ofendido.Recorrer a violência em face de eventos ou condições ultrajantes sempre extremamente tentador.Em certas circunstâncias,a violência e o único modo de requilibrar as balanças da justiça.Nesse sentido,o ódio e a violência pertecem as emoções “naturais” do humano.
A ausência de emoções nem causa nem remove a racionalidade.”Onde todos são culpados,ninguém o é.”As confissões de culpa coletiva,são a melhor vanguarda possível contra a descoberta dos culpados.


Bibliografia



http://www.scielo.br/pdf/trans/v30n2/a15v30n2.pdf
(Professora ANA PAULA REPÔLES TORRES-Doutoranda em Filosofia pelo Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Federal
de Minas Gerais-UFMG sob orientação de Newton Bignotto de Souza e com auxílio da Fapemig.
Artigo recebido em set/07 e aprovado em dez/07.)

http://www.mundodosfilosofos.com.br/a-condicao-humana-hannah-arendtt.htmhttp://www.educapaz.org.br/index.php?option=com_content&task=view&id=46&Itemid=2

Um comentário:

  1. Sinto lhe informar, mas Hannah arendt não nasceu em Linden, como você sinta no ínicio, e sim em Hannover. Leia mais ....

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